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A Inspeção de Cabos de aço de acordo com a NBR ISO 4309

Atualizado: 7 de fev. de 2023

A inspeção em cabos de aço é de grande importância para garantir a segurança dos usuários e a longevidade do equipamento.

Deve ser realizada por um responsável qualificado que deverá analisar a atividade e exposição do cabo de aço e determinar a periodicidade para tal.

Obs. Responsável Qualificado, aquele que foi capacitado pela MFSX ou centro de formação profissional especializado, comprovado por meio de certificado.


COMO INSPECIONAR OS CABOS DE AÇO

Atenção, tanto a inspeção quanto o descarte de cabos de aço devem sempre respeitar a norma NBR ISO 4309.

A inspeção de cabos de aço é de extrema importância, pois garantirá a segurança de todas as operações realizadas com cabos de aço. Esta deve ocorrer a partir do momento em que o cabo de aço entra em utilização e deve ser realizada por um profissional qualificado.

A primeira inspeção que deve ser feita no cabo de aço é a inspeção de recebimento, normalmente realizada pelo almoxarife, onde se verificam as informações requisitadas, tais como:


• Diâmetro • Construção • Acabamento • Resistência • Lubrificação • Tipo de alma • Comprimento • Certificado de Qualidade


A segunda inspeção é realizada pelo próprio usuário antes de cada operação e é chamada de inspeção diária, essa inspeção é visual em busca de indícios que possam comprometer a segurança da operação. Os indícios podem ser:


• Oxidação • Amassamentos • Deformações • Arames partidos • Exposição de alma • Deslocamento de arames ou pernas • Danos por calor • Danos elétricos


No caso de se detectar um dano no cabo de aço, o mesmo deverá ser retirado de serviço ou submetido a uma inspeção por uma pessoa qualificada.

Além das inspeções de recebimento e diária ocorrerão inspeções periódicas com frequência determinada por uma pessoa qualificada, baseando-se em fatores como:

• Requisitos previstos por lei; • Tipo de equipamento e condições ambientais; • Grupo de classificação do equipamento; • Histórico de inspeções anteriores; • Tempo de serviço do cabo de aço.


Essas inspeções não precisam necessariamente ser realizadas em intervalos iguais, mas devem ser mais frequentes quando se aproxima o final da vida útil do cabo de aço ou quando ocorrem incidentes.


Alguns trechos críticos devem receber maior atenção durante a inspeção periódica:

• Trechos em contato com selas de apoio, polias equalizadoras ou outras polias onde o percurso do cabo é limitado;

• Trechos do cabo junto ou próximo aos terminais onde podem aparecer arames oxidados ou rompidos; • Trechos sujeitos a flexões alternadas; • Trechos do cabo que normalmente ficam escondidos durante a inspeção visual, tais como as partes que ficam sobre as polias.



Durante a inspeção periódica verifica-se:

• Redução do diâmetro do cabo abaixo do seu diâmetro nominal, devido a deterioração da alma, corrosão interna/externa ou desgaste dos arames externos;



• Corrosão acentuada ou arames rompidos junto aos terminais; • Terminal mal instalados, desgastados, tortos, trincados ou com corrosão; • Ruptura de arames; • Deformações, amassamentos e ondulações;



Fatores como a quantidade de arames rompidos são balizados pela categoria RCN de cada cabo que indica o critério de descarte (quantidade máxima de arames partidos).


INSPEÇÃO DE CABOS DE AÇO PELO MÉTODO MAGNÉTICO

Guinchos, talhas são equipamentos muito importantes se não fundamentais a uma em quase todas as operações de movimentação de cargas em todos os setores produtivos e logísticos do país.


São os equipamentos que tracionam o cabo permitindo o içamento de cargas e pessoas

Estes equipamentos e instalações apresentam diversas variações de projetos e concepções de projetos que variam de Guincho com um tambor com cabo vertical, dois tambores de enrolamento, ou simplesmente guinchos de fricção.


Independentemente do tipo de equipamento e projeto as instalações e operação dos guinchos são sem dúvida uma instalação de alto risco, porque uma falha tem potencial para gerar múltiplas fatalidades. Alguns guinchos têm capacidade para transportar dezenas de pessoas, através de elevadores, bem como cargas leves a super pesadas por meio de guindastes, pontes rolantes e diversos outros equipamentos.


Os equipamento de ensaios nos cabos de aço conhecidos como Ropetest ou Aparelhos de inspeção Magnetográfica visam acompanhar as condições operacionais dos cabos em suas diversas aplicações.


As inspeções eletromagnéticas (magnetográficas) em cabos de aços consistem na passagem do cabo através de um dispositivo capaz de magnetizá-lo com um campo forte o suficiente para sua saturação. A presença de uma descontinuidade no cabo irá produzir uma distorção nas linhas de fluxo magnético, que é detectada por sensores especiais e pode ser analisada em impressão em uma fita de registro ou mesmo imagem de computador.


O aparelho é capaz de identificar danos localizados como arames rompidos internos e externos, danos superficiais contínuos como desgaste, presença de corrosão etc. Não é preciso dizer que a inspeção magnetográfica é muito superior em capacidade de detecção de danos que a inspeção visual.


O aparelho consiste de um cabeçote bipartido por onde passará o cabo que será inspecionado sendo este aparelho conectado ao dispositivo decodificação do sinal e registro





Registro de sinal para cabo de aço novo


Registro de sinal de cabo de aço em uso com ligeiro desgaste sem dano localizado


Obs:. A medição com Ropetest permite definir a perda de área metálica ocorrida por desgaste ou por qualquer outra causa.


Registro de sinal característico de arame rompido no cabo de aço


O método MRT é um procedimento não destrutivo, magnético e sem contato que permite a detecção de fios quebrados, distorções e corrosão em cabos de aço. Durante as inspeções periódicas do cabo de aço, os dados coletados combinados com as informações de utilização do guindaste começam a pintar uma imagem clara da vida útil restante de cabos de aço específicos, afetando tanto a segurança operacional quanto a disponibilidade da frota de equipamentos durante projetos e mobilizações criticas. Este método magnético foi originalmente introduzido em teleféricos em transporte e transporte para identificar defeitos externos e internos. Nos anos 80, esta técnica ganhou aceitação na indústria de transporte pesado offshore devido às crescentes demandas por eficiência e segurança. Nos anos seguintes, a tecnologia evoluiu, os dispositivos tornaram-se menores, mais leves e econômicos e começaram a ser amplamente utilizados, especialmente no setor offshore, onde as cordas operam em um ambiente muito hostil. Hoje, a versão recente da ISO 4309 inclui o MRT como um método de avaliação para a inspeção de cabos de aço genéricos de elevação pesada. A utilidade do método é tão relevante que na ISO 4309:2010 foi indicada como um auxilio válido à inspeção visual (capitulo 5.6), mas no final de 2017 foi finalmente lançada a nova versão da norma (ISO 4309: 2017), introduzindo o teste magneto-indutivo na tabela de métodos de avaliação para avaliação do estado da corda. Novos critérios de descarte foram especialmente definidos. O método tornou-se oficialmente uma ajuda para as inspeções visuais e a solução preferida para a realização de inspeções internas por corda.


Outras aplicações incluem o uso em:


•Plataformas de perfuração offshore e onshore •Levantamento Pesado Offshore •Guindastes •Estruturas de Engenharia Civil •Teleféricos Aéreos •Estruturas Guiadas •Elevadores


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